terça-feira, 11 de outubro de 2011

Greve dos bancários completa duas semanas e fecha 9.165 agências

Paralisação afetou 45,66% dos estabelecimentos do país. Grevistas querem audiência com Dilma e com o presidente da Fenaban.
 
Do G1, em São Paulo

A greve nacional dos bancários completou duas semanas nesta terça-feira (11), dia em que 9.165 agências e centros administrativos de bancos públicos e privados ficaram fechados em todos os 26 estados e no Distrito Federal. O balanço foi divulgado pela Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). O número equivale a 45,66% das 20.073 agências existentes no país.

Cartazes de greve colados na fachada de uma agência bancária no centro do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (11); a paralisação completa 15 dias hoje (Foto: Fabio Motta/AE) 
Cartazes de greve colados na fachada de uma agência bancária no centro do Rio de Janeiro, nesta terça-feira (11); a paralisação completa 15 dias hoje (Foto: Fabio Motta/AE)
O Comando Nacional dos Bancários, coordenado pela Contraf, decidiu ampliar a paralisação, após reunião realizada nesta terça, em São Paulo. “Também aprovamos solicitar audiências com a presidenta Dilma Rousseff, para cobrar empenho do governo federal na construção de uma solução para a greve, e com o presidente da Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), Murilo Portugal, para cobrar a retomada imediata das negociações com a apresentação de uma proposta decente para a categoria”, disse, em nota, Carlos Cordeiro, presidente da entidade e coordenador do Comando Nacional.

Por meio de comunicado, a Fenaban disse que, até o momento, apresentou duas propostas aos bancários, sendo a primeira no dia 20 e a segunda no dia 23. “Os bancários recusaram, não apresentaram contraproposta e não disseram onde a proposta precisa ser ajustada. Apenas entraram em greve”, diz a nota.
“Por isso, a Fenaban continua à disposição para discutir algum eventual ajuste na proposta que possa levar ao acordo."

Manifestações

Outra proposta aprovada nesta terça foi a orientação aos sindicatos de todo o país para a realização de manifestações em todo país, na próxima sexta-feira (14). “Os sindicatos irão organizar atividades, com a participação de movimentos sociais, denunciando a falta de responsabilidade social dos bancos, que acumulam lucros estrondosos, mas não garantem contrapartidas aos trabalhadores e à sociedade brasileira”, diz Cordeiro.



De acordo com a Contraf, a greve atual é a maior da categoria nos últimos 20 anos, superando o pico de 2010, quando os bancários pararam 8.278 agências em todo país.

Reivindicações

Os bancários entraram em greve por tempo indeterminado, após a quinta rodada de negociações com a Fenaban, ocorrida no dia 23. A proposta patronal contemplava reajuste de 8% sobre os salários, o que representa aumento real de 0,56%, segundo a Contraf. A reivindicação da categoria é de 12,8% de reajuste, sendo 5% de aumento real.

Os bancários pedem, ainda, valorização do piso, maior Participação nos Lucros e Resultados (PLR), mais contratações, fim da rotatividade, melhoria do atendimento aos clientes, fim das metas abusivas e do assédio moral, mais segurança e igualdade de oportunidades.

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